
Quando se plantam árvores muitas das vezes não se obedece a determinados critérios, e a escolha das espécies não é a mais adequada em função do espaço, acontecia no passado e ainda acontece nos dias de hoje. É obvio que esta tendência tem de ser invertida e cabe-nos a todos nós, técnicos e cidadãos fazê-lo, por isso vejo com muito bom grado toda esta discussão que se tem gerado neste mesmo âmbito. Assim e sempre que questões destas natureza forem em parte e na totalidade da minha responsabilidade não deixarei ninguém sem resposta, até porque acredito que a mudança começa por aqui.
Todos os anos no mês de Março, Abril e Maio uma gigantesca nuvem de “algodão” parte integrante da semente da espécie, espalhasse por toda a cidade de Mêda provocando na maioria das pessoas, irritações nos olhos, na boca e garganta. Eram 3 meses em que a qualidade de vida dos cidadãos de Mêda se via reduzida, impedindo mesmo o usufruto do parque. Este é apenas um motivo, que constantemente os cidadãos se confrontavam. Uma vez que ia ao encontro da maioria da população residente em Mêda, o seu abate foi levado a assembleia municipal e votado por maioria. Actualmente a plantação destas árvores problemáticas é proibida por

lei. Por outro motivo e tratando-se de uma espécie híbrida (modificada geneticamente) o seu crescimento rápido e de forma anormal, a sua fraca resistência mecânica e a curta durabilidade em termos de anos, fazem destas árvores perigosas se tivermos em conta o lugar em que estão inseridas. A projecção da sua copa ocupava cerca de 70% da área total do parque, tornando o espaço bastante frio e escuro, dificultando mesmo o crescimento de todas as restantes espécies arbóreas de maior valor ornamental, além de que não contribuíam nada para um ambiente social mais agradável. Por outro lado o estado fitossanitário precário em que se encontram alguns destes exemplares, e a sua proliferação para outras espécies foi o passo fundamental para o abate dos mesmos. Em algumas das árvores foi detectado o fungo parasita “Fomes fomentarius” que aproveita algumas debilidades da espécie para se alugar e se reproduzir, neste caso a sua capacidade de degradação é bastante acelerada, levando o seu interior a ficar oco e por consequência num tempo incerto provocaria queda da mesma. É uma situação irreversível e sem qualquer tipo de tratamento. Imaginem os danos que uma árvore destas dimensões provocaria se caísse. Uma delas projecta parte da sua copa por cima de uma escola.

Apenas vão ser removidos os choupos, que realmente são árvores perigosas e que um pouco por todo o pais têm causado imensos problemas e estragos. Assim e por saber que estas decisões estão a ser tomadas por uma nova geração de pessoas, capazes de não se deixarem levar pelos sentimentos, mas sim por uma capacidade equilibrada de diferenciar cada caso e agir em conformidade com eles, os meus parabéns pela coragem em levar para a frente decisões destas.
Após a remoção das espécies em questão todo o espaço será requalificado, serão plantadas variadíssimas espécies muito mais equilibradas e adaptadas ao local, tais como, faias, cedros, bétulas, entre outras. Com esta mudança o parque tornarsse-á mais harmonioso e o objectivo principal é que todos os cidadãos possam, usufruir mais intensamente de todo ele.
Para finalizar, gostaria de dizer a menina Mafalda, que também gosto imenso de árvores e que não é com alegria que muitas das vezes abato alguns exemplares pelo país. Faço-o porque faz parte da minha profissão e antes de o fazer é devidamente estudado cada caso. Acrescento que já recusei muitos trabalhos por realmente ter a consciência, do que me pediam não era o melhor para a árvore. Mas também lhe garanto que por cada árvore que é abatida por mim, são sempre plantadas novas espécies a dobrar.
Nota: Em breve e a seu devido tempo publicarei algumas das fotos exemplificativas, que mostram bem o problema que as mesmas apresentam.